*Siegrune acordou assustado. Após sua luta com o menino de cabelos acinzentados, ele perdera a consciência. No entanto, estranhamente, ele se sentia mais forte. Mais poderoso.
Olhando à sua volta, ele percebeu que estava em um quarto simples, mas confortável e bem iluminado. Já era tarde. A esteira sobre a qual se estendia era limpa e cheirosa.
"Onde estou?", perguntou-se Siegrune. "Será que ainda estou na Grécia?"
Subitamente, a porta abriu-se, e adentraram no quarto um velho homem e uma jovem moça. O velho tinha o rosto enrugado, a postura curvada e os cabelos alvos como a neve sueca, mas seu olhar era firme e flamejante. A moça, por sua vez, tinha um rosto bonito, lábios cheios e cabelos loiro-acinzentados presos num rabo de cavalo alto.
- Então, meu jovem, você finalmente acordou. - constatou o velho, com sua voz poderosa retumbando pelo quarto.
- Sim... E o senhor, quem é? - retrucou Siegrune.
- O meu nome é Dedalus, e essa é minha filha, Hipêmide. Como você ficou desacordado? Não é algo comum encontrarmos um jovem desmaiado e sangrando no meio da rua.
Desconsolado, Siegrune relatou ao velho e à sua filha o porquê de sua inconsciência. Ele era fraco, ainda, muito fraco.
- Bom, meu garoto, essa história bate com a história que ouvi. Você já está forte o suficiente para se levantar?
- Sim... Aonde vamos?
- Apenas me acompanhe. Hipêmide, fique aqui.
O velho saiu imponente do quarto. Com pressa, acenando com a cabeça para a filha de Dedalus, ele também saiu do quarto, seguindo seu inesperado anfitrião por um longo corredor que terminava em uma sala. Nela, um jovem da sua idade, mais ou menos, sorria para ele.
- Meu filho, esse é o seu salvador. Se me dão licença, preciso conversar com minha filha. Sintam-se em casa. - disse Dedalus, saindo logo em seguida.
- Ora, ora, ora. O jovem aspirante a cavaleiro. Perdeu para o Ravnus, é? - perguntou o garoto, sorrindo.
- Eu não sei quem é esse tal Ravnus, sei apenas que perdi para um menino de cabelos acinzentados. Quem é você, e por que me salvou?
- Insolente, você, hein? Pois saiba você que sou Regulus, o cavaleiro de ouro de Leão, e te salvei pois vi o seu potencial, de longe. Eu quero treiná-lo.
- Agradeço-lhe muito, mas infelizmente já tenho uma mestra. De qualquer modo, obrigado por me salvar.
- Uma mestra? A velha Helga? Oras, não à toa que você não tem seu potencial plenamente desenvolvido. Helga é uma péssima mestra.
Chocado, Siegrune olhou para Regulus. "Como ele sabe disso tudo?"
- Venha... Qual seu nome, mesmo? - perguntou o jovem Leão.
- Eu sou Siegrune. Aonde vamos?
- Não é óbvio, Siegrune? Nós vamos treinar. - respondeu Regulus, saindo imponente da casa. Após um segundo de hesitação, Siegrune saiu atrás.
Eles estavam agora num campo aberto. O vento soprava, refrescante, enquanto o forte Sol da Grécia queimava a nuca de Siegrune.
- E então, Regulus, qual será meu treinamento? - perguntou Siegrune
- Não é óbvio? Estamos em campo aberto. Prepare-se e lute! - disse Regulus, correndo contra o inimigo.
Assustado, Siegrune pôs-se em posição de batalha, as mãos erguidas em guarda, e lançou um soco em direção a Regulus, que desviou e atacou o adversário na barriga com força. Siegrune foi lançado para longe.
- Ora seu... - começou ele
- Vamos, você quer ou não seu um cavaleiro de Atena? Com esse poder básico, jamais conseguirá! - ralhou Regulus, se preparando novamente.
- Como você quer que eu revide? Eu nem cavaleiro sou, e você já é um cavaleiro de ouro!
- Não seja fraco! Isso não é desculpa! Queime seu cosmo até o fim, se for preciso, mas lute!
"É assim? Então, prepare-se, pois aí vai..." pensou Siegrune, levantando-se. Ele abaixou seu centro de gravidade, estendeu os braços para os lados e começou a batê-los como se fossem asas, queimando seu intenso cosmo rubro.
- Prepare-se para meu ataque mais poderoso! Fênix Rúnica, ataque! - ordenou o aspirante a cavaleiro, lançando todo o cosmo na direção do Leão, que foi lançado para trás, mas logo levantou-se, sorrindo.
- Nada mal, garoto, realmente nada mal. Parabéns por ter conseguido me acertar. Pena que foi muito ineficaz, esse ataque. No entanto, quando você estiver mais forte, esse golpe poderá ser um belo trunfo. Seu cosmo é forte, mas você não consegue usar nem um décimo de seu potencial... Venha comigo, garoto, que agora será o teste final que proporei para você. - disse Regulus, andando na direção do sol que se punha.
Intrigado, Siegrune acompanhou o Leão, o qual já considerava um mestre.
ILHA CANON
Ambos mestre e pupilo desembarcaram na Ilha Canon. Curioso, vendo o vulcão na ilha e sentindo uma agitação pouco natural, Siegrune perguntou a Regulus:
- Onde estamos?
- Ilha Canon, próxima ao Santuário. Um lugar simpático, até.
- E o que viemos fazer aqui?
- Ah, viemos despertar seu cosmo. Venha comigo, treinaremos perto do vulcão.
Passando por rios de lava, pela vila e por escarpas altas, eles, após algum tempo, chegaram à beirada do vulcão. Já era noite, e as únicas luzes eram provenientes da Lua, das estrelas e, principalmente, da lava.
- E qual é, exatamente, o treino que eu devo fazer? - perguntou Siegrune.
- Ah, um treino que várias vezes foi dado pelo Diabo da Ilha. Um treino que pode te matar, se você for fraco. Um mergulho na lava. - disse Regulus, empurrando Siegrune para a lava. E ele mergulhou. Entristecido, Regulus virou as costas para o vulcão e saiu andando.
Na base do vulcão, já próximo à vila, um barulho ensurdecedor atrapalhou a caminhada de Regulus. Uma nova erupção. No entanto, ela estava diferente...
Virando-se para a borda do vulcão, ele viu a Terra cuspir milhares de litros de lava. E, de dentro da lava, saía um par de asas flamejantes, feitas puramente de energia.
- A Fênix não morre queimada, Regulus! - rugiu Siegrune, com a voz retumbando por toda a ilha. Regulus sorriu.
"Eu não vou morrer. A Fênix não morre jamais!"*
Assunto: Área de Treinos: Siegrune 
Qui Set 20, 2012 6:38 pm
+60g
+2 lvl